As tendências mundiais buscam pelo consumo de energia cada vez mais sustentável, com a utilização de fontes renováveis e investimento em digitalização de redes elétricas, bem como descentralização da produção energética. É com base nesses pilares que os chamados 3Ds da energia representam a nova dinâmica do setor energético.
O principal objetivo da implementação desse conceito é fazer com que a matriz energética seja mais sustentável, renovável e compatível com os novos entendimentos sobre o uso dos recursos de nosso planeta.
Neste artigo, vamos detalhar o conceito dos 3Ds da energia, seus impactos sociais e econômicos e a relação com o movimento ESG. Boa leitura!
O conceito dos 3Ds da energia
O movimento de renovação do setor elétrico trouxe três importantes definições que servem como guia para uma nova realidade. Com a intenção de adequar a produção e o consumo de maneira sustentável, o setor se identifica com um ambiente voltado à Descarbonização, Descentralização e Digitalização.
Esse é o novo conceito chamado 3Ds da energia. A seguir, conheça o significado e propósito de cada um.
Descarbonização
Os combustíveis fósseis são um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. Isso ocorre devido à liberação do gás carbônico na atmosfera que a sua queima provoca. A propósito, essa é uma das causas do efeito estufa e do aquecimento do planeta.
Dessa forma, é essencial e urgente pensar em alternativas de descarbonização no setor. Algumas iniciativas já foram implementadas, como o Acordo de Paris, estabelecido em 2015. Porém, as ações estão ocorrendo lentamente, necessitando de maior agilidade.
As alternativas para substituir os combustíveis fósseis são promissoras. A energia solar, por exemplo, é uma excelente opção, por não emitir carbono na atmosfera durante a produção. Além de ser um meio mais limpo e sustentável, é um investimento que apresenta rápido retorno com a economia gerada.
O processo de eficiência energética, como um todo, funciona também como uma solução de descarbonização, visto que, as práticas reduzem a emissão dos gases na atmosfera.
Descentralização
Além da redução do carbono emitido na geração de energia, a descentralização também é outro fator fundamental para traçar estratégias mais limpas e alinhadas às necessidades ambientais.
Esse aspecto está relacionado a uma forma mais flexível e eficiente de produção de energia. Isso porque a geração é mais distribuída, distanciando-se do tradicional modelo centralizado, com uma proposta mais participativa.
Com isso, os pequenos geradores de energia se tornam mais eficientes e descentralizados, adquirindo um importante papel na matriz energética do país. Afinal, eles substituem gradualmente as grandes produtoras de energia, movidas a combustível fóssil.
Digitalização
A digitalização é crucial para que a grande demanda de energia seja suprida com mais planejamento, organização, eficiência e estratégia. Por meio de uma boa gestão dos custos e utilização de novas tecnologias, a eficiência energética pode ser potencializada. A Inteligência Artificial (IA), Data Analysis, Big Data e Internet das Coisas (IoT) são exemplos de avanços tecnológicos que podem auxiliar nesse sentido.
A propósito, a aplicação desses recursos é que fundamenta o conceito de cidade inteligente, que alia tecnologia ao desenvolvimento sustentável. Os alarmes inteligentes e controles são formas de utilizar a digitalização do setor energético para agregar praticidade e eficiência. Isso permite, por exemplo, monitorar constantemente o gasto de energia — tanto por desktop quanto por celular.
O conceito dos 3Ds no Brasil
A maior diversificação da matriz elétrica brasileira fica mais clara quando levamos em consideração a capacidade instalada no território, com uma diminuição robusta na participação hidrelétrica, antes, em grande evidência e participação. Desta forma, cria-se uma compensação pelo crescimento das fontes eólica e solar, assim como um aumento da participação das fontes renováveis em autoprodução e geração distribuída. O crescimento esperado varia de 6% para 14%.
Tendo em vista esse resultado, o crescimento da produção de energia primária acentua os excedentes de energia na matriz energética nacional. O total atingido é de 140 milhões de tep (tonalada equivalente de petróleo) em 2030, o que é equivalente a cerca de 25% da produção total de energia no País.
Segundo a EPE, a participação das energias limpas vem crescendo no país com o passar do tempo. Nesse sentido, o Brasil é um dos países pioneiros na implementação dos 3Ds na sua produção de energia. Entretanto, ainda são necessários investimentos e políticas de modernização do sistema energético.
Descarbonização, descentralização e digitalização são conceitos que já estão ditando as tendências do setor elétrico e energético do país. Nesse contexto, as fontes renováveis são a base para a transformação, especialmente a energia solar. Por isso, é muito importante estar preparado para se adaptar ao novo modelo.
Impactos do conceito dos 3Ds no mercado mundial e consumidores
Os desafios são diversos para muitos países nas tentativas de se adaptar às produções energéticas de acordo com as novas tendências mundiais. Hoje, a energia é considerada um serviço, mas também é uma peça importante de negócios, estilo de vida e desenvolvimento das regiões.
A criação de um novo modelo energético implica em mudanças de comportamento da população e de estratégias dos países. São fatores que promovem o crescimento econômico e social, movimentando a política e a economia das nações.
A relação empresa/consumidor no ambiente de energia renovável
As estratégias de gestão e negócios focados na preservação ambiental tomaram forma e importância, dando destaque ao termo inglês Environmental, Social and Governance (ESG).
Ele se refere aos aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa a serem considerados pelas empresas e investidores, conforme mostramos a seguir:
Environmental
Conservação do meio ambiente, redução do desmatamento, eficiência no uso de água e energia, redução das emissões de carbono, gestão adequada de resíduos e proteção da biodiversidade.
Social
Diversidade e inclusão no ambiente corporativo, cuidados dispensados aos colaboradores, respeito à legislação trabalhista, relacionamento com a comunidade ao redor, direitos humanos e proteção aos dados de clientes.
Governance
Gestão e funcionamento dos negócios, envolvendo ética, compliance, controle de riscos, direitos e deveres de cada um, entre outros aspectos.
Os conceitos 3Ds e ESG apontam caminhos para o futuro do setor energético, assim como para o desenvolvimento do país e do mundo.
No Mercado Livre de Energia, por exemplo, os consumidores conseguem negociar preços, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia elétrica. Isso inclui a aquisição de energia de fontes renováveis, como solar, eólica e biomassa.
Como vimos, os 3Ds são um dos esforços necessários para instaurar um sistema energético eficiente e, ao mesmo tempo, menos nocivo ao meio ambiente. Com essas ações, todos ganham, e o planeta agradece.
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