Claro recebe usinas solares da GreenYellow e avança na estratégia de garantir energia renovavél

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Por Luciana Collet

São Paulo, 09/07/2020 – A Claro avança em sua meta de obter até 80% de sua demanda de energia proveniente de fontes renováveis até 2021. A companhia recebeu a quarta usina fotovoltaica da GreenYellow, empresa multinacional especializada em eficiência energética e energia solar e que é atualmente a principal parceira da operadora de telecomunicações na iniciativa, desenvolvendo um total de nove usinas de minigeração para o grupo. Enquanto aguarda as próximas entregas, a Claro lança nova licitação para compra de energia, numa iniciativa que vem atraindo a atenção de investidores de geração distribuída (GD).

Desde dezembro, a Greenyellow entregou instalações fotovoltaicas para a Claro em Padre Bernardo (GO), Goianésia (GO), São José do Belmonte (PE) e São João do Piauí (PI). Juntos, os quatro projetos têm 19,26 MWp de potência instalada e devem produzir 38,76 GWh anuais. A parceria é resultado da aquisição de quatro contratos de compra e venda de energia de longo prazo (PPA, na sigla em inglês), que contemplam o aluguel das usinas. A empresa foi a responsável pela construção do projeto e garantirá monitoramento e gestão da usina, durante a vigência do contrato.

Agora, a Greenyellow está em fase adiantada de obras para a entrega de mais quatro usinas, que devem entrar em operação ao longo dos próximos meses, enquanto a nona planta tem cronograma previsto para o início do ano que vem. Com isso, a empresa entregará um total de 45 MWp à Claro, ou quase 90 GWh de produção anual. E o diretor-presidente da GreenYellow no Brasil, Pierre-Yves Mourgue, diz estar se preparando para ampliar a parceria.

A intenção da Claro, com seu programa “A Energia da Claro”, lançado em 2017, é garantir mais de 600 GWh/ano para o atendimento às necessidades energéticas de suas instalações, incluindo torres e outras infraestruturas das redes móvel e fixa espalhadas por todo País, datacenters e outras instalações. Com uma carga total de mais de 100 MW, a empresa espera ter cerca de 80% atendidos por contratos com usinas de energia renovável, principalmente com soluções de geração distribuída. Até agora, a Claro contratou um total de 36 usinas, mas pretende superar 60 usinas contratadas até o ano que vem.

Nova licitação

O diretor de Infraestrutura da Claro, Hamilton Ricardo Pereira da Silva, conta que a empresa abriu sua quinta licitação para a compra de energia de usinas de geração distribuída, em contratos de médio e longo prazo, com entrega prevista para a partir de 2021. A previsão é de compra, por meio de leilão eletrônico, de 25 MW médios, e a operadora já prepara a próxima rodada. As contratações visam não só garantir o atingimento da meta como também aproveitar as atuais regras favoráveis para o desenvolvimento de projetos de geração distribuída, já que a perspectiva é de mudança legal que pode deixar os investimentos em GD menos interessantes.

A mesma perspectiva de mudança das regras também anima os empreendedores do setor a buscar novos contratos agora. “GD tem um momento hoje e depois regra vai mudar e não sabemos exatamente qual vai ser, então vamos tentar fechar o máximo possível (de projetos) antes que mude. Estamos colocando uma força para convencer os clientes que ainda não se decidiram dizendo que aproveitem esse momento, não esperem, porque amanhã pode ser tarde demais”, disse Mourgue.

O executivo da GreenYellow acrescentou que, no caso dos contratos oferecidos pela Claro, a atratividade é maior dada a experiência já adquirida pelo consumidor e o modelo de negócios já testado. “É um parceiro que conhece e domina bem o negócio, tem um bom entendimento, é o número um em termos de GD no Brasil, foram os pioneiros”, comentou. De fato, o projeto da Claro é considerado o maior projeto de geração distribuída e o primeiro entre empresas de telecomunicações no País.

Silva, da Claro, comentou que tem observado apetite “bastante voraz” pelos contratos e movimentação de empreendedores que não participaram das licitações anteriores. “Nossa percepção é de que, quando fizemos a primeira rodada, havia um perfil de investidor diferente do que estamos vendo agora. Tínhamos fornecedores pequenos, muito empreendedores, e que estavam em nível de aceitação de risco bastante elevado em um mercado que estava começando a surgir. A gente quase não vê esse perfil agora, o que vemos é um mercado muito mais profissional, a entrada de investidores muito grandes, muito profissionalizados, com capacidade financeira muito grande e atentos ao mercado nacional, inclusive investidores de fora”, disse.

Mercado Livre

Embora a Claro tenha um perfil de consumo de cargas distribuídas pelo País, que torna a solução de GD muito adequada para garantir o suprimento, cerca de 70% da carga total da companhia possui características que inviabilizam essa solução. São instalações com cargas superiores aos limites máximos atendidos por GD (superior a 5 MW), principalmente os data centers, atendidos em média ou alta tensão.

Neste caso, a companhia busca garantir no mercado livre o suprimento com energia renovável. Segundo Silva, cerca de 70% desta carga já é atendida pelo mercado livre e a meta também é chegar a cerca de 80%. “Vemos que o mercado livre está com preços bons e estamos prevendo muito em breve colocar lote adicional”, comentou.

A Claro não informa o volume de recursos orçados no programa “Energia da Claro” nem a economia com o custo da energia elétrica com o projeto. Silva afirma apenas que, “de forma genérica”, os ganhos anuais são de 3% a 4% no mínimo, considerando a diferença entre o custo original com o real. “A linha real estaria abrindo, como esta mantendo, o gap aumenta positivamente”, explicou. A companhia dá destaque para redução nas emissões de CO2 na atmosfera. Segundo a operadora, desde que implantou o programa, deixou de emitir mais de 100 mil toneladas métricas de CO2 ao ano, o equivalente à retirada de cerca de 400 mil carros de circulação.

 

Fonte: Broadcast AE Energia

Contato: energia@estadao.com

 

 

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