I-REC e Créditos de Carbono: Ferramentas Essenciais para a Transição Energética

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Você já ouviu falar em I-REC e créditos de carbono? Esses dois conceitos desempenham papéis cruciais na busca por um mundo mais sustentável e são indispensáveis para as empresas que desejam apostar na transição energética, assumindo os princípios do ESG.

Um estudo recente realizado pela Deloitte revelou que 87% das empresas listadas em bolsas de valores em todo o mundo já incluem aspectos ambientais, sociais e de governança em seus relatórios anuais.

Esse percentual demonstra a importância que as organizações estão atribuindo à sustentabilidade, buscando não apenas o sucesso financeiro, mas também um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade em geral.

Você sabe o que é I-REC? E os créditos de carbono, sabe como funcionam? Qual é a importância de cada um deles para a transição energética? Neste artigo, exploramos esses conceitos e listamos as características de cada um. Aproveite a leitura para ficar por dentro do assunto!

O que é I-REC?

O International REC Standard (I-REC) é um sistema global de rastreamento que mede o consumo de energia advinda de fontes sustentáveis. O I-REC fornece uma forma de certificação, compatível com vários padrões internacionais reconhecidos, que valida que a energia consumida pela empresa é proveniente de fonte energia renovável.

Esse sistema é aplicável para neutralizar emissões de carbono de Escopo 2 do Programa Brasileiro GHG Protocol, que abrange as emissões indiretas de gases o efeito estufa decorrentes do consumo de eletricidade.

Uma empresa tem a possibilidade de adquirir Certificados de Energia Renovável (RECs) em quantidade correspondente à energia que consome. Cada REC representa uma unidade de geração de energia renovável, sendo estabelecido que 1 REC equivale a 1 megawatt/hora (MWh), o que corresponde a 1000 quilowatt/hora (kWh) de energia.

Ao receber os RECs, as empresas têm uma prova documentada de que estão contribuindo com a transição para uma matriz energética mais sustentável. Esses certificados contêm informações importantes, como a quantidade de energia renovável gerada ou comprada, o período de geração e a origem geográfica da fonte de energia.

O que são créditos de carbono?

O crédito de carbono é um certificado digital que comprova que uma empresa ou um projeto ambiental deixou de realizar a emissão de 1 tonelada de CO₂ (dióxido de carbono) em determinado ano. O conceito surgiu em 1997, quando aproximadamente 180 países assinaram o Protocolo de Quioto. 

Os créditos de carbono podem ser emitidos através de ações como reflorestamento, substituição de combustíveis, substituição da matriz energética de consumo, entre outras.

Ele é utilizado como uma moeda no mercado de carbono, no qual empresas que têm altas emissões de carbono e poucas opções para reduzi-las podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões. 

Os créditos de carbono também são conhecidos como “compensações de carbono”, pois permitem que a empresa que compra os créditos emita os gases de efeito estufa e os compensem, não gerando a redução da emissão de fato.

Quais são as diferenças entre I-REC e crédito de carbono?

Embora possam ser conceitos relacionados, o Certificado Internacional de Energia Renovável (I-REC) e o crédito de carbono são diferentes em suas propostas.

Enquanto o objetivo do I-REC é rastrear as fontes renováveis que uma empresa usa para conseguir energia, o crédito de carbono é uma medida compensatória: permite que as empresas continuem emitindo gases do efeito estufa, desde que compensem essa emissão a partir de projetos renováveis de outras empresas.

As unidades de medida também são diferentes. No crédito de carbono, 1 crédito equivale a 1 tonelada de CO₂ evitada por uma ação. Já a unidade de medida do I-REC é em MWh, sendo 1 REC equivalente a 1 MWh de energia renovável.

Como os I-RECs e os créditos de carbono contribuem para a transição energética?

Apesar das diferenças, tanto o I-REC quanto os créditos de carbono contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, atingimento de metas de redução de emissão de carbono e para a transição energética nas empresas.

A transição energética refere-se à mudança do atual sistema de energia baseado em fontes de energia não renováveis e poluentes, como os combustíveis fósseis, para um sistema mais sustentável, que tenha uma maior participação de fontes de energia renováveis e de baixo carbono, como a energia solar.

Ao adquirir RECs, as empresas demonstram seu compromisso em utilizar energia proveniente de fontes sustentáveis e reduzem a dependência de fontes não renováveis, acelerando a transição para uma matriz energética mais sustentável.

Por sua vez, ao comprar créditos de carbono, as empresas estão apoiando projetos que evitam ou removem uma quantidade equivalente de CO₂ da atmosfera. Esses projetos podem incluir iniciativas de energia renovável, eficiência energética ou reflorestamento.

Com essa compensação, fica mais fácil alcançar metas de sustentabilidade e contribuir para a construção de um futuro mais resiliente e de baixo carbono.

Por exemplo, uma empresa que deseja ser “net zero” — com saldo nulo de emissões de efeito estufa — não quer dizer que ela deixará de consumir energia para zerar sua emissão, mas comprovará seu consumo de energia renovável com certificados ou compensará suas emissões com créditos de carbono.

Como comprar um certificado I-REC?

Qualquer empresa, independentemente do setor de atuação, tem a oportunidade de adquirir os RECs para obter a comprovação da origem da energia consumida.

No Brasil, o Instituto Totum desempenha o papel de organismo emissor local e representante do I-REC Standard desde 2011. O instituto é responsável pela regulamentação, supervisão e auditoria dos geradores de energia renovável, além de emitir os RECs em nome do I-REC Standard para os participantes autorizados.

A empresa que desejar comprar deve buscar um agente comercializador ou geradores que possuem os certificados validados pelo Totum para comercialização.

Como comprar crédito de carbono?

Os créditos de carbono podem ser gerados por diferentes mecanismos, como o Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD)ou de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

No caso do Brasil, por só existir mercado voluntário, esses títulos são negociados diretamente entre comprador e vendedor. Em locais com mercado regulado, é possível negociar esses títulos de forma indireta por meio de negociações na bolsa de valores.

Chegamos ao fim deste artigo sobre o I-REC e créditos de carbono, dois conceitos essenciais na busca por um futuro sustentável. Esperamos que nossas dicas tenham sido esclarecedoras e tenham ajudado a desvendar as principais dúvidas pertinentes ao tema.

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