Crescimento da energia solar no Brasil: como é o cenário atual?

imagem Crescimento da energia solar no Brasil: como é o cenário atual?

A oferta de energia solar cresce rapidamente — tanto no segmento de Geração Distribuída (GD), ofertada pelo sistema dos próprios consumidores, quanto no de Geração Centralizada (GC), produzido por grandes usinas. O impulso que esse mercado teve nos últimos anos no Brasil se deve a diversos fatores, como condições climáticas e de irradiação até incentivos governamentais.

É importante observar que, no Brasil, mesmo os locais que apresentam menor incidência de raios solares durante o ano conseguem gerar energia elétrica por meio do sol. Isso contribui diretamente para o aumento da eficiência energética no país.

Para entender melhor o cenário atual, neste artigo, vamos abordar o crescimento da energia solar no Brasil, mostrando o ranking mundial de fonte solar e investimentos internos. Também comentaremos os benefícios da sua implementação, os impactos gerados nos locais que optam por esse tipo de energia e as expectativas de expansão. Boa leitura!

Crescimento da energia solar no Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os levantamentos realizados indicam que, de janeiro até agosto de 2022, a média do crescimento mensal (em megawatt) foi 57,2% maior em relação ao mesmo período do ano de 2021. Já a potência acumulada foi 13,6 gigawatts — em 2021, estava em 20,2 gigawatts, representando um crescimento de quase 50%.

Ainda de acordo com a ABSOLAR, o Brasil foi o 4.º país que mais acrescentou capacidade solar fotovoltaica em 2021, conforme podemos observar nas cinco primeiras posições de crescimento, no período 2020-2021:

  • 1.ª posição — China (52,9 GW);
  • 2.ª posição — EUA (19,9 GW);
  • 3.ª posição — Índia (10,3 GW);
  • 4.ª posição — Brasil (5,7 GW);
  • 5.ª posição — Alemanha (4,7 GW).

Atualmente, a fonte solar de energia já conta com 20 GW no Brasil — considerando o período até outubro de 2022 —, envolvendo mais de R$ 78 bilhões de investimentos acumulados. Com esse crescimento, o país também conseguiu evitar a emissão de 20,8 milhões de toneladas de CO₂ no processo de geração de eletricidade.

Ranking mundial de fonte solar

Além disso, o Brasil subiu uma posição no ranking mundial de fonte solar, alcançando a 13.ª colocação entre os países com maior capacidade instalada de tecnologia fotovoltaica. Assim, tem altas probabilidades de figurar no TOP 10 nos próximos anos.

Esses dados consideram a soma de grandes usinas solares com os sistemas de geração própria de energia em fachadas, telhados e pequenos terrenos, bem como o ranking apresentado no último mês de abril, que tem como base a potência presente no final de 2021.

Nesse sentido, segundo a ABSOLAR, o Brasil encerrou o último ano com mais de 13,6 GW de potência operacional relacionada à fonte solar. Veja, a seguir, as posições dos primeiros 15 países que aparecem no ranking mundial em relação à capacidade solar acumulada (GW):

  • 1.ª posição — China (306,4 GW);
  • 2.ª posição — EUA (93,7 GW);
  • 3.ª posição — Japão (74,1 GW);
  • 4.ª posição — Alemanha (58,4 GW);
  • 5.ª posição — Índia (49,4 GW);
  • 6.ª posição — Itália (22,6 GW);
  • 7.ª posição — Austrália (19,0 GW);
  • 8.ª posição — Coréia do Sul (18,1 GW);
  • 9.ª posição — Vietnã (16,6 GW);
  • 10.ª posição — França (14,7 GW);
  • 11.ª posição — Holanda (14,2 GW);
  • 12.ª posição — Reino Unido (13,7 GW);
  • 13.ª posição — Brasil (13,6 GW);
  • 14.ª posição — Espanha (13,4);
  • 15.ª posição — Ucrânia (8,0 GW).

A ABSOLAR considera que o recente avanço do mercado fotovoltaico demonstra infindáveis oportunidades para quem deseja trabalhar e empreender no Brasil neste setor promissor.

Regiões brasileiras com as maiores potências de GD

Minas Gerais (MG) é o Estado que lidera, com a maior potência instalada de sistemas de geração própria de energia elétrica em fachadas, telhados e pequenos terrenos, sendo responsável por 16,7% da geração distribuída (GD) instalada no país.

Segundo a coordenação da ABSOLAR de MG, diversos fatores contribuem para essa liderança, como:

  • melhores índices solarimétricos do país;
  • bons integradores que se referem às empresas responsáveis por projetos e instalações;
  • legislação estadual que incentiva os negócios de energia solar com isenção do ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) para projetos de até 5 megawatts.

Além desses fatores, fabricantes de estruturas e de acessórios, bem como empresas distribuidoras dos produtos, oferecem uma grande diversidade de opções ao mercado.

Na sequência das maiores potências, os destaques de GD são para as seguintes regiões:

  • São Paulo — 13,2%;
  • Rio Grande do Sul — 11,6%;
  • Mato Grosso — 6,6%;
  • Paraná — 4,8%.

Nos municípios, as maiores potências instaladas de GD se encontram em:

  • Cuiabá (MT);
  • Teresina (PI);
  • Brasília (DF);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Fortaleza (CE).

Conforme dados da ABSOLAR e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a potência total da fonte solar fotovoltaica corresponde a 7,8% da matriz elétrica brasileira.

Investimento interno em empresas do setor

A energia solar já garantiu ao Brasil mais de R$ 74 bilhões em novos investimentos e cerca de R$ 20,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. De acordo com estudo da consultoria Volt Robotics, encomendado pela ABSOLAR, o crescimento da geração de energia solar em fachadas, telhados e pequenos terrenos deve gerar mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos para o setor elétrico nos próximos 10 anos.

A consequência natural, segundo a pesquisa, seria a redução de até 5,6% nas contas de luz até 2031, inclusive para as pessoas que não possuem sistema solar próprio.

Nesse sentido, o Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031), elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta que, até o ano 2031, a geração solar distribuída dará um grande salto — dos atuais 15 GW de potência instalada para, aproximadamente, 37 GW.

Benefícios da Fonte Solar Fotovoltaica

Dados recentes da ABSOLAR apontam os diversos benefícios que a geração de Fonte Solar Fotovoltaica proporciona ao Brasil. De acordo com o levantamento realizado em setembro deste ano, considerando os acumulados desde 2012, o cenário atual aponta para:

  • mais de 18 GW operacionais;
  • mais de 97 bilhões em novos investimentos;
  • mais de 559 mil novos empregos gerados;
  • mais de R$ 26 bilhões em arrecadação de tributos;
  • mais de 27 milhões de emissões CO₂ evitadas.

Impactos em regiões que adotaram esse sistema

Os impactos da energia solar em regiões que adotam esse sistema vão muito além da economia na conta de luz. 

Aqui, vale salientar que a fonte solar fotovoltaica renovável é a mais competitiva do país, podendo ser considerada uma forte locomotiva para o desenvolvimento sustentável. Isso porque ela gera emprego e renda, atrai investimentos, diversifica a matriz elétrica e beneficia todos os consumidores.

Além disso, é uma energia democrática e acessível, já que é rápida de instalar e auxilia os consumidores a economizarem, podendo reduzir em até 90% os seus gastos com energia elétrica.

Já as usinas solares de grande porte conseguem gerar eletricidade com preços até dez vezes menores do que as termelétricas emergenciais ou mesmo a energia elétrica, que é importada dos países vizinhos. A propósito, essas foram as principais responsáveis pelo aumento tarifário que afetou os consumidores nos últimos meses.

Expectativas de expansão no setor

O setor de energia solar aponta para um crescimento acelerado nos sistemas em operação no país, especialmente, os de geração própria, em decorrência do aumento nas tarifas de energia elétrica e da entrada em vigor da Lei n.° 14.300/2022, a qual criou o marco legal da geração própria de energia.

Dessa forma, este é o melhor momento para se investir em energia solar, devido ao novo aumento já previsto nas contas de luz. Além disso, é importante considerar o período de transição previsto na lei, que garante, até 2045, a manutenção das regras atuais aos consumidores que instalarem sistema solar em seus telhados até janeiro de 2023.

Como vimos, o crescimento da energia solar no Brasil está ocorrendo em ritmo acelerado, e o cenário atual aponta para uma expansão ainda bem maior do que os dados comentados. Nesse sentido, o Brasil está mostrando alta capacidade para se tornar uma grande liderança mundial no setor — cada vez mais estratégico para todos os países.

Essas informações foram úteis? Saiba mais sobre energia solar no Brasil acessando outros artigos em nosso blog!

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