Cinturão solar: potencial e desafios na geração de energia sustentável
A geração de energia solar no Brasil tem crescido ano após ano, e os estados que compõem o cinturão solar lideram essa corrida no país. No entanto, se você, como muitas pessoas, ainda não está familiarizado com o que é exatamente esse “cinturão solar”, não se preocupe, porque aqui vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o assunto.
Essa expressão não é muito popular entre aqueles que têm interesse em usar a energia solar, mas vale a pena entendê-la. Afinal, fazer parte do cinturão pode significar uma grande oportunidade de gerar energia a partir da luz do sol.
Continue a leitura para saber o que é o cinturão solar e os desafios enfrentados para a geração de energia solar nessa região do país!
O que é um cinturão solar?
O cinturão solar designa uma área do Brasil com maior índice de irradiação solar e, assim, maior potencial para geração de energia solar no país. A expressão “cinturão solar” foi definida pelo estudo Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado em 2017 pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
A irradiação solar no cinturão é resultado de fatores climáticos, geográficos e atmosféricos. Latitude, topografia e cobertura de nuvens são alguns dos elementos que contribuem para a alta taxa de irradiação na área. A proximidade com a linha do equador também é um fato que contribui para uma incidência solar mais direta na região ao longo do ano.
Onde fica o cinturão solar?
De acordo com o INPE, os maiores valores de irradiação solar são encontrados em uma extensa região que vai do nordeste do país ao pantanal, área denominada de cinturão solar. As melhores taxas de irradiação solar dentro do cinturão se concentram entre o sertão da Bahia e parte de Minas Gerais.
Quais estados brasileiros fazem parte do cinturão solar?
Embora não haja uma lista específica de estados que compõem o cinturão solar no Brasil, podemos reconhecer que os principais estados que fazem parte dessa área estratégica são:
- Minas Gerais (MG);
- São Paulo (SP);
- Mato Grosso (MT);
- Mato Grosso do Sul (MS);
- Rio Grande do Sul (RS);
- Bahia (BH);
- Goiás (GO);
- Distrito Federal (DF);
- Tocantins (TO);
- Maranhão (MA);
- Piauí (PI);
- Ceará (CE);
- Rio Grande do Norte (RN);
- Paraíba (PA);
- Pernambuco (PE);
- Alagoas (AL).
Os estados da lista são identificados como parte do cinturão solar devido às condições climáticas e geográficas favoráveis para a captação de energia solar.
A alta incidência de irradiação solar nesses estados os torna locais ideais para projetos de geração de energia solar, sejam eles de pequena, média ou grande escala.
Qual o potencial de geração energética do cinturão solar para o Brasil?
O potencial de geração energética do cinturão solar é enorme. Essa área abrange uma grande parte do país, desde o Nordeste até o Pantanal, passando por estados como Minas Gerais, Bahia, São Paulo e outros. Isso significa que há muita área disponível para instalar sistemas de energia solar em grande e pequena escala, como telhados solares e fazendas solares.
Para o país como um todo, a previsão é que, nos próximos anos, a potência instalada cresça exponencialmente. A estimativa é que podem ser acrescidos cerca de 217 GW em capacidade de geração solar e eólica até 2030 no Brasil, como mostra análise recente do estudo Global Energy Monitor (GEM).
No cenário projetado pela pesquisa, o nosso país tem o potencial de ser o líder no crescimento das fontes renováveis na América Latina.
Os estados do cinturão solar estarão na linha de frente desse crescimento, considerando que hoje eles já lideram a geração de energia solar no país. Com as condições climáticas favoráveis e vastas extensões de terras disponíveis, esses estados estão bem posicionados para impulsionar ainda mais o desenvolvimento da energia solar no Brasil.
Quais os desafios para a geração de energia solar nessa região?
É verdade que os estados que compõem o cinturão solar se beneficiam do alto índice de irradiação solar, mas isso não torna essas áreas do país isentas dos principais desafios para a geração energética com o sistema fotovoltaico.
Ainda que em menor escala, a quantidade de energia solar disponível no cinturão pode flutuar devido a fatores climáticos, como nuvens e chuvas, e à própria posição do sol no céu. Essa variabilidade é um dos desafios para a geração energética ao longo do ano.
A implementação de sistemas de armazenamento de energia ou o desenvolvimento de estratégias de gestão da demanda, a fim de garantir um suprimento estável de eletricidade, são algumas possibilidades para lidar com a variabilidade da irradiação solar.
As questões econômicas também representam um desafio para a geração de energia solar nessa região do país. Embora os custos dos painéis fotovoltaicos tenham diminuído nas últimas décadas, os investimentos iniciais ainda podem ser elevados, especialmente para projetos de grande porte.
As políticas de incentivo governamentais, como subsídios e tarifas de energia favoráveis, contribuem para a viabilidade desses projetos. Nesse sentido, São Paulo serve de exemplo a ser seguido por outros estados que compõem o cinturão solar.
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), SP lidera o ranking de geração distribuída de energia solar no país, com potência instalada de 3,51 Gigawatts (GW). Em segundo e terceiro lugar estão, respectivamente, Minas Gerais (3,45 GW) e Rio Grande do Sul (2,60 GW).
A liderança do estado é resultado das políticas públicas e de incentivos fiscais que o governo tem criado, como a isenção do imposto sobre circulação para o setor de microgeradores, minigeradores e centrais de geração de energia solar.
Como o cinturão solar pode contribuir com a sustentabilidade?
Os projetos de energia solar no cinturão podem promover o desenvolvimento sustentável do país. Com a captação de energia pela luz do sol, é possível reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas.
Ao contrário dos combustíveis fósseis, a energia solar não emite gases poluentes como óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de carbono (CO2) e dióxido de enxofre (SO2), que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Segundo estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), a energia solar tem potencial para alcançar 21% das reduções de emissões de CO2 até 2050, considerando a implantação dessa fonte no mundo e a eletrificação das atividades. Isso mostra os resultados sustentáveis que a energia solar pode trazer para o mundo.
Como a energia solar não emite carbono durante sua produção, vale ressaltar que os projetos solares também podem ser elegíveis para créditos de carbono, que podem ser negociados no mercado de carbono internacional.
É uma maneira de incentivar o investimento em energia solar e criar um incentivo financeiro para a redução das emissões de carbono em todo o mundo.
Agora que você já sabe que o cinturão solar oferece um enorme potencial para a geração de energia sustentável no Brasil, é importante lembrar da importância de contar com o apoio de empresas especialistas em transição energética para um projeto de energia solar. Sua empresa também pode fazer parte desse crescimento!
Quer entender melhor o cenário de energia solar no mundo? Aproveite para conferir nosso artigo em que explicamos tudo sobre o assunto!